RELATO MARATONA 100KM!!! 2006

Relato Maratona 100 km – 2006!!! Já está virando tradição participar da Maratona 100 km!!! É a Terceira Edição e é a terceira vez que eu tenho o prazer de participar desse evento!!! Como sempre os preparativos começam antes, conforme vai chegando a gente começa a ir pensando “Como será que vai ser esse ano?”, ainda mais pra mim que ano passado inventei de participar com pouco condicionamento... Esse ano a história foi diferente, eu terminei a faculdade e agora tenho um pouco mais de tempo pra poder pedalar e também tenho feito exercícios com pesos numa academia aqui na minha cidade de forma a aumentar meu condicionamento fazendo uso de fortalecimento de alongamentos. Faltando uma semana para o evento eu e o meu amigo que também ia correr o Mazão, estávamos fazendo algumas distâncias mais longas de speed (road bike) ou bicicleta de estrada, também andamos alguns dias de mountain, enfim na intenção de andar o melhor possível na maratona. Fui no sábado com o Mazão e o Marcelo na Multibike pegar os kits de identificação e tivemos a visita do ciclista Abraão Azevedo, e como em todas as vezes que conhecemos o pessoal pro do pedal, o mesmo foi muito atencioso com nós, tiramos fotos, conversamos e ele disse que se tratava de uma prova difícil devido a distância e que ele se esforçaria muito para conseguir uma boa colocação, perguntamos e ele também nos disse que ainda não conhecia o Zezito de Sertãozinho que tinha se inscrito na Elite e disse sorrindo: - Mais um pra brigar com a gente... Na véspera, como sempre comi macarrão no almoço e batata cozida no jantar, bastante carbohidrato o amigo do atleta e quando fui dormir, já era tarde, meia noite, deitei e não conseguia dormir... rs.... emoção da prova... rs... ficava pensando na prova e quando eu comecei a pegar no sono, o despertador tocou... acabei nem dormindo direito... levantei, tomei café, coloquei a bicicleta no carro, catei as tralhas e fui pegar o Mazão na casa dele. Nos organizamos para sairmos de Sertãozinho levando as bicicletas e equipamentos num sistema muito simples: “Cada um com seus problemas”, então fomos: Zezitcho e Léo (que ficamos esperando no posto e não apareceram nem ligaram pra avisar nada), Mauro, Van e Igão, Eu e o Mazão e Mutuca Gosth. Fomos sentido Splash Beach que fica entre Ribeirão Preto e Bonfim Paulista. Lá, encontramos o Paulinho Biagi e o Helinho Saran também amigos nossos daqui de Sertãozinho. Nesse momento eu estava vendo também que muitos vieram de carro de outras cidades mais distantes na véspera, montaram barracas no estacionamento, e estavam desmontado-as antes da prova, é uma maneira prática e também bem em conta de participar. Ainda por final apareceu o Willian de Jardinópolis que tava treinando pra dar ataques, ou “pipocos” nos ponteiros... rs... inclusive agora ele deve estar andando mais forte porque comprou o quadro que era meu... rs.... Quando eu e o Mazão estávamos acabando de montar as bicicletas, parou um táxi ao lado de onde estávamos e tivemos novamente o prazer de conhecer uma ciclista que tem andando muito forte, a Alziane, ela veio do Ceará para participar da Maratona 100Km, ela tinha acabado de chegar do aeroporto, conversamos com ela, ela foi muito simpática com nós, tiramos fotos com ela e também aproveitamos a oportunidade para desejar a ela uma boa prova. Peguei minha bicicleta para dar uma olhada e como estava estreando a suspensão, verifiquei que ela tinha um adesivo com um desenho de uma lebre e uma tartaruga ao lado de um botão que fica na parte inferior dela. Logo pensei: “Deve ser um ajuste para o tipo de pedalada do piloto”, então conclui que a lebre anda rápido e a tartaruga não anda, se arrasta... rs... virei a chave para a posição “tartaruga” e fui... Tava na duvida sobre levar ou não camelbak, acabei não levando, levei duas garrafas, uma na bicicleta e outra no bolso da camisa... tinha receio de que faltasse água no caminho... Foi nos informado antes da prova pela organização que o evento contou com 316 competidores!!!! O tempo voa e quando fomos ver já estava acabando o Hino Nacional e sem narração foi dada a largada assim que o Hino acabou de tocar, saímos em deslocamento no asfalto passamos por uma parte da cidade e logo entramos na trilha. O terreno é bem conhecido nosso, terra vermelha e muita poeira, devido ao clima seco de inverno da nossa região. Isso se a gente puder chamar de inverno uma época que faz de dia até mais de trinta graus de temperatura... ;-))) Bastantes estradas batidas, o ritmo como sempre no começo um pouco mais forte que o que tínhamos combinado, até que então começaram a aparecer as subidas. Eu sempre falava pro Mazão maneirar no ritmo, pois ele sempre apertava mais, nós tínhamos combinado de fazermos uma média de 20 km/h e para não perdermos essa média, então combinamos de andar sempre o mais próximo dessa velocidade, porém, claro em subidas mais inclinadas, reduzir a força e girar mais a fim de reduzir o desgaste. E hehehe... soltando nas decidas, rs... Num certo ponto encontramos o primeiro apoio com água, eu peguei a água coloquei na garrafinha que estava quase vazia, porque eu tava tenso antes da largada, e tomava água toda hora, antes de largar eu tinha tomado quase meia garrafa de água... mais a frente, quando tomei um pouco vi que era aquela água aromatizada... muito boa... rs... Nós largamos bem atrás, e logo no quilometro 30 mantendo a média de 20 km/h, começamos a encontrar competidores andando em ritmo moderado... Até então estava tudo muito bom, eu estava me sentindo muito bem, nada de dores, foi onde conclui que realmente, exercícios específicos com peso e alongamentos, com o tempo resolvem o problema das dores indesejáveis, como aquelas no lombar e nas próprias pernas. Eu matinha os batimentos entre 145 e 165BPM e a média sempre entre 20 a 22 km/h, o Mazão sempre apertava mais e eu sempre pedia para ele maneirar um pouco, considerando que não estávamos ainda nem no quilometro 35. Chegou outro ponto de água numa subida, aí o amigo do ponto de apoio perguntou: Lemon ou Orange? Respondi: Lemon!!! ;-))) Pequei a água, joguei toda na garrafinha e também juntei um envelope de HidroPlus, ficou uma maravilha, parecia sal de fruta sabor limão... rs... muuuuuuito bom.... rs... AINDA MAIS NO “INVERNO” DO INTERIOR PAULISTA... rs... UM CALOR DE RACHAR... RS... AQUELA MISTURA “LEMON EFERVECENT”...rs... Continuamos, e esse circuito foi realmente legal, puro estradão, alternando entre subidas e decidas nos canaviais. A gente punha um giro um pouco mais pesado e ia embora, dava pra manter a média que era nossa meta, fomos pedalando, em alguns momentos a gente se revezava em outros momentos pedalávamos lado a lado conversando e dividindo a emoção da prova. Mais estradão batidão!!! Um baita descidão com curvas de nível e nesse momento eu pensava: “Será que o Léo vai dar pipoco no Pear?” rs... “Será que o Van vai completar?” Se não completar, que desculpa será que ele vai dar dessa vez??? Muitas curvas de nível, sempre bem batido e muita, mas muita poeira. E a prova ia acontecendo. Eu comecei a sentir uma dorzinha no joelho que me preocupou, lembrei do ano passado que meu joelho começou a doer e completei quase me arrastando de dores no joelho e câimbras... rs... de qualquer forma continuei e nem falei nada pro Mazão... Chegamos no outro ponto de água. O amigo estendeu o braço... vixi... outra Lemon... rs... e nesse ponto foi onde encontramos o nosso amigo de Sertãozinho, o Mauro, que também passava por ali. As correntes estavam muito secas então fizemos um pit stop, eu mandei um power gel, aí usamos o toalete da trilha para tirar a água acumulada nos joelhos...rs... passamos óleo nas correntes aí eu vi que o canote do selim estava uns milímetros abaixo, devido a pressa eu acabei montando um pouco abaixo, era esse o motivo da dor no meu joelho, aproveitei e subi um pouco o canote. Ficamos em torno de quatro a cinco minutos nessa parada... Então saímos de novo, a parada foi boa, porque de alguma forma o fato de ter parado com o esforço por alguns minutos, deu pra descansar bem e continuar legal pelo caminho. De repente encontramos nosso amigo, Zezito, parado numa sombra e perguntei: - Aê Zezito: PRE, “PARADO?” Zezito, o que você está fazendo aí? Ele respondeu: Ta calor, to aqui descansando... Falei pra ele que nós íamos continuar porque tínhamos acabado de parar depois do ponto de água... Como a gente tinha acabado de parar, falei pra ele que a gente ia seguindo. A gente já estava pra frente do meio da prova e ia tudo bem, sem dores no lombar, nem nas pernas, me sentia muito bem, também sempre perguntava ao meu parceiro de Dupla, o Mazão e ele sempre me respondia que estava tudo bem com ele... E mais estrada batida! Continuamos, alternavam subidas e descidas, teve um ponto legal, com uma descida com curvas de nível em que o ciclo marcou 59 km/h, foi um Down Hill no cross-country! Eu sou mãozão pra descer, mas como tava bem batido, soltei e desci perto do Mazão, que não é mãozão. Nesse ponto a gente já tinha passado do quilometro 70 e eu estava normal apenas sentindo um pouco de dor no pescoço devido a posição, percebi que andando de speed a gente pode olhar pro asfalto e alongar um pouco o pescoço aliviando a tensão, mas de mountain não dá porque se você parar de olhar pra frente pra baixar a cabeça, devido aos obstáculos, não tem como você alongar o pescoço quando está sentindo alguma indisposição nesse local. Se baixar a cabeça está se arriscando a levar um belo de um tombo... rs... vai com a dorzinha no pescoço mesmo... rs.... Ai o Zezito encostou, falou com nós e disse que ia parar mais pra frente, falei pra ele seguir que a gente ia encostar e que continuaríamos no mesmo ritmo, pois já estávamos um pouco cansados... Então eu pensava: Nesse momento os caras da Elite se revezam lá na frente ou já chegaram faz tempo... rs... Chegamos num apoio que era livre, não era da organização, então como a gente não tinha ninguém pra dar uma força, passamos batido na estrada batida... rs... Mais estradão, mais poeirão, e então passamos no último ponto de água, o amigo do ponto de água gritou de longe: Lemon ou Orange??? Respondi: Num tem água normal? O amigo do apoio, respondeu com uma pergunta: - Como assim “normal”? Respondi: - Normal, MOLHADA... água molhada... O Amigo do apoio falou: _ É... amigo... SÓ tem dessa... Rs... peguei né fazer o que... O Mazão me falava que começara a sentir uma dor de estomago, como se houvesse um “buraco” no estômago, eu falei pra ele que era fome, e ele disse que não agüentava mais tomar power gel... então falei pra ele comer os amendoins japoneses que a gente tinha levado, preferimos esses amendoins porque tem bastante sódio e então equilibram a falta de sal do organismo devido a atividade física. Chegamos no quilometro 85 eu sentindo aquela dorzinha no pescoço que me incomodava. SURPRESA!!! Câimbras no músculo adutor da perna direita... Tentei seguir, mas precisei parar... Fiquei parado um tempo, e vi alguns competidores me passando... gritei pra avisar e o Mazão voltou. A gente aproveitou para passar óleo na corrente, eu mandei mais um power gel, num descia mais, mas fazer o que, era o que tinha... (preciso variar o cardápio para maratonas..rs...) já era em torno de 15:00 e o Mazão olhou pra mim e falou: - Nossa média f.... E vendo mais competidores passando, falei: - Vamos Mazão, senão a média vai ficar igual a minha do ano passado, 14,5 km/h... rs.... Então resolvi que dava pra continuar, putz... fui subir na bike, quando fui levantar a perna pra subir, MAIS CAIMBRAS... dessa vez doeu, naquele momento fiquei com receio de não conseguir completar a prova, porque na hora que deu, doeu muito... ficamos parados em torno de 10 minutos... Retomamos, dessa vez, passou, então fomos, faltava em torno de 10 quilometros para completarmos, então chegou um ponto de água, com banana e maça, tinha uma galera parada lá comendo, eu tentando controlar as câimbras q ameaçavam aparecer, comi uma banana, agradeci o amigo e pensei... esse amigo ta todo ano no ponto de banana, ele deve ter quitanda ou coisa parecida... rs... o receio de ter caimbras era tanto que até esqueci de reinvindicar que eles devem colocar no ponto de apoio umas moças bem bonitas, pros competidores “animarem” né? De preferência, mocinhas que praticam ciclismo, pra gente passar e elas entendidas no assunto, falarem: - SOCA A....... BOTA.... rs... Saimos dali e quando olhei mais a frente, OLHA LÁ, o SPLASH LÁ!!! Vixi, aí veio aquela motivação: - O Splash, ta “ali”, agora ta mamão com mel... rs... Seguimos e devido a ultima parada, não tava mais sentindo as câimbras, e fomos descendo e de repente a trilha que “IA” sentido Splash, virou para a direita e passou numa parte de Bonfim e voltou para a trilha de novo, foi onde encontramos uma.... SUBIDA DE CASCALHOS... eu ouvia um som alto e pensava, vai acabar onde ta o som que deve ser da promoção do evento... e.... não era... Era o som de uma chácara, o pessoal tava ouvindo musica alto porque tava tendo um churrasco, então o pessoal lá fora, falava assim: - Ai que vida dura, a gente aqui tomando uma Skol gelada na sobra e comendo essa picanha... ;-))) Tava um sol de rachar, e nós, perfeitos tatus de tanta terra, com câimbras, cansados, EMPURRANDO as bikes lado a lado e ainda disse a meu parceiro: - Mazão, não troco isso aqui por nada... rs... CONTINUAMOS, acabou a subida, passamos no último ponto de controle, fomos informados que os ponteiros passaram por ali andando muito forte, sprintando... em compensação NOSSA média tinha caído para 17,7 km/h...hehehe... Andamos ainda um bom trecho que caiu como um balde de água fria na gente, que vinha chegando pra completar já bem cansado devido a distância, E NÃO CHEGAVA... passara dos 100km no ciclo do Mazão (o meu deu zica e parou de funcionar no quilometro 68) aí até que enfim chegamos no Splash, lá de cima, por onde viemos dá pra ver o complexo de piscinas, é um clube bem cuidado, gostei de conhecer. Desceu um trecho de asfalto aí tinha a fita zebrada indicando pra gente seguir sentido esquerda, tinha uma mureta pra subir que saia num gramado ao lado do estacionamento, pra gente chegar e completar. Quando fui subir a mureta e fui elevar a perna... rs... CAIMBRAS no km 102... rs... subi a grama pensando: Ano que vem... rs... vai ser diferente... rs... Pegamos nossas medalhas de participação, o Willian de Jardinópolis estava lá, ele tinha quebrado uns raios da roda traseira e infelizmente, teve problemas durante a prova... Encontramos todo o pessoal, e então ficamos sabendo as “novidades” da prova... rs... O Van já explicou sem alguém perguntar o porque dele ter tido problemas e ter completado em 4:57:09, ele só completou assim, porque quebrou corrente, caiu o banco dos trilhos da bike e mesmo assim, conseguiu completar. O cara é forte mesmo... rs... Também fiquei sabendo que tinha corrido tudo bem na Maratona então acompanhamos a premiação. Desmontamos as coisas e voltamos para Sertãozinho. Deixei o Mazão em casa, cumprimentei ele pela excelente corrida que ele fez e fui pra casa. Dessa vez eu tava mais contente, pois embora as câimbras imprevistas, sinto que estou caminhando para um melhor condicionamento para poder continuar participando desse tipo de prova, para completar, como diz um amigo meu que ta morando em Aventura na Flórida: - Lá a gente corre “Have Fun For Fun”... E eu digo: - Aqui também, hehehe... foi divertido mesmo!!! Considerando claro, que a organização aliada a estrutura do Splash ofereceram condições sendo um local seguro e espaçoso para a realização desse tipo de evento. Bom a galera me chamou ainda pra depois de tomar banho, mas hehe, num dei conta, fui dormir... Agora estou aqui, escrevendo e ainda lembrando dos bons momentos que tive nessa aventura super divertida que cada vez mais vira tradição aqui no interior de São Paulo. A noite tava passando uns trechos de uma etapa do Giro d´Italia no RAI... rs... chegou a doer as pernas de ver os caras pedalando... rs... quem ganhou esse ano foi o Ivan Basso, um forte candidato ao Tour 2006... Ah! Ano que vem vou me inscrever na Aventura pra ver se completo os 50km antes do Zezito completar os 100km... Ciclo Abraço a Todos!!! E Até o Ano que Vem com mais Maratona 100!!! Fabiano Galo